domingo, 25 de novembro de 2018

Novo site e canal no youtube

Pessoal, não produzo mais material para magistério, mas agora produzo conteúdo em vídeos curtos a respeito de ciências, história, geografia...Quem quiser conhecer o canal, é só clicar aqui!

Muito útil para anos iniciais/finais.

Obrigada!




domingo, 17 de julho de 2016

Ensinando os coletivos.

Como trabalhar os substantivos coletivos utilizando apenas uma história e figuras de papel presas com um barbante?
 Para começar, o professor colará os envelopes no quadro fechadinhos, como mostra a imagem.




 E então começará a contar a história abaixo aos alunos, lendo o texto. Em cada palavra em negrito ele vai puxar pelo barbante uma imagem dali de dentro.

Era a última árvore que restava no planeta. Depois de o homem tanto desmatar, finalmente ele tinha alcançado o seu objetivo. Ao lado da árvore, restava a última flor. Sobre a flor, a última abelha tentava arrecadar o restinho de pólen a fim de produzir mel para se alimentar. No lago, nadava o último peixe, sobre a grama, pastava o último boi. 
(Puxar apenas uma imagem de dentro do envelope e prender com adesivo no quadro)



Era um cenário triste. Como a paisagem ficou assim? Tão solitária? O último homem então, para se sentir menos triste com a solidão, carregou consigo um grande espelho, e o colocou na sua frente. Agora, ele via a última árvore, a última flor, a última abelha, o último peixe, o último boi, e a si mesmo, duplicados. Era uma falsa sensação de não estar mais só. 
(Nesse momento, a professora vai puxar de dentro do saquinho a imagem para que ela se duplique também e prender com adesivo no quadro, como se fosse um varal.) 




Ele se sentou, comeu a última fruta e deixou as sementes caírem no seu pé.

O homem do espelho então falou com o homem real:
-Você sabe que eu não posso mudar nada, não é?- O último homem dá um salto, assustado, e responde:
- Você não pode falar, você é só o meu reflexo...
- Então talvez eu seja somente a sua consciência falando.
- E o que você quer me dizer?- O último homem estava muito curioso, e de certa forma, feliz, pois fazia tempo que ele não conversava com alguém.
- Que ao invés de você duplicar a sua triste realidade usando um espelho, por que você não muda as suas ações?
-E como eu poderia fazer isso? Eu sou sozinho no mundo!
- Você é um só. Mas daqui eu vejo que você tem duas mãos, dois braços, e duas pernas....Acho que isso é o suficiente.

-Suficiente para o quê?- O último homem estava cada vez mais confuso. Foi quando o reflexo voltou a ser ele mesmo. O último homem olhou para os lados, tocou o espelho, e nada aconteceu. Olhou para os seus pés e viu as sementes da fruta que comera. A pegou nas mãos, e como se tivesse voltado a enxergar depois de muito tempo no escuro, ele abre um buraco no chão e planta a última semente da última fruta. Retira o espelho e dorme um sono profundo. 

Ao acordar, anos depois, ele via tantas árvores, flores, abelhas, peixes, bois e frutas (a professora puxará o restante das imagens) que se perguntou onde estavam os espelhos...



Percebeu então que ele era a única imagem dali que não se repetia. O último homem continuava solitário. Quando, de repente, uma mão toca o seu ombro. Ao se virar, o homem sorri aliviado. Ele não estava mais sozinho. 

A professora então vai mudar a cordinha de lado e vai aparecer a "mágica".



Será questionado com os alunos então o que significa cada uma daquelas palavras. Deixá-los construir o conceito de substantivo coletivo para que registrem no caderno. A seguir, colar no quadro um cartaz com os principais nomes de substantivos e pedir que eles escolham 3 deles para terminar a história. Instigue-os. Quem era a mão de quem tocou no ombro daquele homem? Fazer uma explosão de ideias para que eles tenham munição na hora de escrever. Uma aula rica, simples e que permitirá que os alunos ajudem na finalização.

Para fixação, abaixo tem exercícios de completar lacunas para preencher com o coletivo adequado.


a)   Um elefante incomoda muita gente, uma ________________ de elefantes incomoda muito mais!
b)    Quem você levaria para uma ilha deserta? E para um ___________________ de ilhas?
c)     A chapeuzinho fugiu do lobo mau. E ficou apavorada quando viu que tinha uma ___________________ de lobos atrás dela!
d)    Se uma cebola apenas já me faz chorar, com uma _________________de cebolas eu vou me afogar em lágrimas!
e)    Os três porquinhos juntos, são uma _______________ de porcos!
f)      A Branca de Neve gosta tanto de maçã que quando casou com o príncipe pediu para ele plantar um _______________.
g)    Marcha um soldado sozinho. Marcha um ________________ de soldados juntos.
h)    O músico toca em uma _______________ para uma ______________de expectadores.
i)       Um _________________ de chaves não é nada gostoso!
j)      Em uma noite de céu limpo, dá para ver muitas _____________ de estrelas!
k)     24 horas é um ___________, 365 dias é um_____________, 10 anos é uma________________, 100 anos é um_______________ e mil anos é um________________.


Boa aula!

domingo, 22 de maio de 2016

O prédio da Denise e da Úrsula (Dezena e Unidade)

Crianças amam histórias. O professor que souber tirar proveito delas, poderá introduzir qualquer conteúdo. Para isso, criei o prédio da Úrsula e da Denise. Essa aulas é sempre um sucesso com as crianças e é uma ótima forma de introduzir dezena e unidade.
Começo colando os prédios no quadro feitos em papel pardo com 9 apartamentos cada um.


A seguir, apresento um morador do prédio que será um palito de picolé verde. Explico que ele queria muito morar no prédio da Úrsula porque ali o aluguel era baratinho. Só 1 real!

O problema é que a Úrsula só alugava para uma pessoa por vez. Portanto, somente para pessoas solteiras. Como o aluguel era bem barato, logo o prédio da Úrsula fica cheio.



E aí, chega um décimo morador:

-Por favor dona Úrsula! Deixa eu morar aqui!
-Não! Regras são regras! É um morador por apartamento, e além do mais, meus apartamentos estão todos cheios.

Aqui, perguntar às crianças o que ele deve fazer...Elas serão rápidas em responder que ele deve ir ao prédio da Denise.

O morador vai então no prédio da Denise, que ficava do lado. Mas descobriu que a Denise só alugava para 10 pessoas. Nem mais, nem menos. E o aluguel, era 10 Reais.

Esse é um momento importante para as crianças refletirem sozinhas. O que esse morador deve fazer? 
Ele é sozinho no mundo, não tem família, nem amigos, e precisa de um lugar para morar. Logo alguém percebe a solução e grita no meio da sala:

Já sei Sora! Ele chama todo mundo do prédio da Úrsula para morar com ele! (Aí você vibra e segue a aula).  Recolhe todos os moradores do prédio da Úrsula e os leva para o apartamento da Denise. Amarre com um elástico e os coloque no apê da Denise.


E agora? Quantos apartamentos da Úrsula estão cheios? Zero. (Você escreve o zero em cima do prédio).
E quantos apartamentos da Denise estão cheios? Um! (Você escreve o um em cima do prédio da Denise).
Pergunte à turma: que número formou?
10!
E quantos moradores eu tenho nos dois prédios? 10 moradores.

Aí você pergunta o que o nome Denise lembra, e certamente alguém vai dizer dezena. E a Úrsula é a unidade.
Já dei essa mesma aula 4 vezes e todas as crianças respondem corretamente e desenvolvem muito bem o raciocínio.

Sucesso garantido para introduzir dezena e unidade!

sábado, 21 de maio de 2016

Jogo de ortografia "Banco Literário"

Qualquer semelhança com o clássico banco imobiliário NÃO É mera coincidência! O jogo que marcou a minha infância se tornou menos mercenário. Aqui, o mais rico não é quem tem mais dinheiro, mas sim, quem arrecada o maior número de palavras. Então, vamos às regras!


Esse é o jogo com o banco de palavras, e abaixo, uma imagem maior do tabuleiro.



  • Pode jogar 6 participantes sentados em trios, ou quartetos. Se puder, confeccione um tabuleiro bem grande para ficar mais visual. 
  • Cada grupo ganhará um número de palavras diferentes. Pode ser 3 palavras ou mais. 

  • O grupo vai jogar o dado e andará o número de casas indicadas. Cada grupo será uma ficha de EVA. 

  • Se cair no nome de uma rua ou avenida, ele poderá "comprá-la". Para isso, terá de pagar com a mesma família de palavras. Exemplo, para comprar a rua cachoeira o aluno terá que pagar com uma de suas palavras que tenha CH. (como por exemplo, chuva). Após pagar, ele ganha o cartão de proprietário da Rua Cachoeira.

  • Quem cair nessa rua depois de ela ter dono, deverá pagar o aluguel para o proprietário seguindo a indicação da carta.

  • Se o grupo cair no "sorte e revés" ele deverá ler uma carta da pilha amarela. São historinhas diversas que representarão a sorte ou o revés para o grupo. Abaixo alguns exemplos.


  • Se o aluno cair no imposto, deverá entregar a palavra pedida ao banco. Se ele não tiver uma dissílaba ou trissílaba ele dará duas palavras no lugar. Se não tiver, ele poderá pedir emprestado ao banco.

  • Caso ele caia no gênero textual, o aluno deverá ler um gênero da pilha de cartas brancas. Ao ler, ele vai dizer de que gênero textual se trata. Se acertar, seguirá no jogo, do contrário ele terá mais duas chances. (mas terá que esperar a sua vez chegar novamente)

  • Abaixo, alguns exemplos de cartas do gênero textual:


A ideia do jogo é bem simples. Faça um bom estoque de palavras para começar. Elas podem ser repetidas, sem problema nenhum. 
O legal seria confeccionar uma caixa como caixa registradora para colocar cada palavra. 
E se quiser deixar mais bacana ainda, pode fazer a palavra imitando notas de dinheiro.

Eu não tive muito tempo para elaborá-lo muito esteticamente.
Mas tenho certeza de que esse jogo fará o aluno gravar as palavras de maneira divertida e rápida.

Abaixo, o restante das cartas de sorte e revés e dos gêneros textuais.





Boa aula!





quarta-feira, 18 de maio de 2016

Jogo ortográfico imitando cartas de baralho

Criei esse jogo para o magistério baseado no clássico jogo de cartas "pife". A intenção é de fixar a ortografia de palavras que confundem o aluno, como por exemplo, trocar o s pelo c, o s pelo z...etc.

O jogo tem a mesma quantidade de cartas que um baralho comum, e tem 4 naipes. A diferença, é que aqui não entram os clássicos ouros, paus, espadas e copas, mas sim, Ç, S, SS, C. Cada "naipe" tem 13 cartas, totalizando 52 cartas e mais 2 coringas.

Cada carta fica como a imagem abaixo.


Cada aluno pode formar um trio para jogar. O trio receberá 9 cartas. (dá para 6 trios jogarem juntos). A ideia é ir formando sequências do mesmo naipe. Como mostra a imagem abaixo.
COMEÇANDO O JOGO

O aluno começa comprando uma carta no monte. Se ele tiver uma sequência do mesmo naipe (que deve aparacer em ordem alfabética) ele pode baixar o jogo. A seguir, ele descarta uma carta do seu baralho.

O próximo aluno a jogar, pode comprar a carta descartada, desde que seja para formar um jogo para baixar, ou comprar uma carta do monte. Se o aluno tiver uma carta com o naipe "S" ele pode colocar no jogo que foi baixado, como mostra a imagem abaixo. Ela deve ser colocada na ordem alfabética.


Se o aluno ganhar uma carta coringa, ela valerá por qualquer um dos naipes. Ele poderá então fazer esse jogo:


Ganha o trio que ficar sem carta nenhuma. 

Lembrando, o aluno deve sempre comprar uma carta (seja do monte ou do descarte) e sempre jogar uma carta fora. Ele só pode comprar uma carta descartada se for para fazer um jogo.

Um baralho apenas pode ser pouco, o ideal é confeccionar de 2 a 3 baralhos. O professor pode fazer com as mesmas palavras ou com palavras novas.

Se quiser dificultar o jogo, você pode acrescentar  a regra que ao baixar o jogo, a sequência tem que ser a mesma do alfabeto. Como por exemplo: sequência com a,b,c ou l,m,n....Nesse caso, você deverá escolher palavras em sequência para bolar suas cartas. Ou seja, escolher as palavras de três em três letras. (Aviso, Besouro, Casa).

É um jogo simples de fazer e com aprendizagem garantida. 

Abaixo, o baralho completo que eu fiz. Quem quiser o arquivo do word para mandar imprimir direto, é só pedir que mando por mail.

Boa aula!















sábado, 26 de março de 2016

Projeto "Terra à Vista" Descobrimento do Brasil. Aula 4 de 4

Nessa aula, me foquei apenas em estudos sociais porque essa atividade rende um bom tempo (e ótimas reflexões). O conteúdo será as grandes navegações. Os portugueses saindo da Europa para desbravar novas terras.
Considerando que esse projeto foi elaborado para uma turma de 4 ou 5º ano, eles têm grandes condições de acompanhar o professor no raciocínio.
Atividade:
A professora vai começar a aula trazendo as seguintes reflexões:
  • Hoje eu posso ir ao super e comprar as especiarias trazidas na aula anterior? Posso passar em qualquer mercado e comprar pimenta, cravo, canela...? Sim, em qualquer lugar tem esses deliciosos temperos. Mas e há 500 anos, podíamos? Os países da Europa, dessa época, tinham o problema da geladeira ainda não ter sido inventada. Eles precisavam MUITO das especiarias para ajudar a conservar os alimentos e ainda deixá-los com um sabor muito melhor. Pensando, então, na grande importância das especiarias, podemos deduzir o seu preço. Vocês acham que era barato ou caro?

CARO!
  • Portugal poderia ganhar muito dinheiro com essas vendas. O problema é que essas deliciosas especiarias só existiam nas Índias (mostrar o mapa múndi). 
  • Como os portugueses podiam chegar lá? De avião? Trem? Não, de navio!


O país circulado em vermelho é Portugal. O contorno preto são as Índias, a região na Ásia que vendia as tais especiarias, tão cobiçadas.  O trajeto em azul pontilhado era o percurso que Portugal deveria fazer para chegar às Índias. 
A professora vai então vendar os alunos que queiram participar da atividade e depois vai pôr no chão o mapa mundi feito em EVA (ou papel pardo regado à tinta guache se o eu bolso andar tão convalescente quanto o meu) . Ele será delimitado apenas pelos continentes e os únicos lugares que serão de outra cor serão o Brasil, Portugal e a região das Índias (que abarca parte da Ásia).

Brasil está em vermelho, Portugal em preto e Índias em laranja. Para você fazer esse mapa, não precisa fazer as ilhas e nem ser muito preciso nas formas...Basta estar suficientemente visível e colorido para servir de ilustração para o aluno. Os nomes dos oceanos são importantes aparecerem.
O mapa estará virado para eles como se estivessem saindo de Portugal, então o Norte estará nos pés dos alunos. Tudo será coberto por um grande TNT azul escuro. Sobre o TNT, a professora vai pôr as imagens, previamente recortada,  dos monstros que os europeus acreditavam que existiam no oceano. As lendas do tal "mar tenebroso".  

Quando tirar a venda  você vai dizer a eles:
  • Vocês são portugueses. Precisam muito chegar às Índias. Só tem um problema. Não existe Google Earth, não tem GPS, não tem internet, rádio, televisão...Mas Portugal tem a Escola de Sagres (colar o nome no quadro com papel colorido) que conta com o que mais de sofisticado havia nessa época como bússola, mapas e astrônomos. (colar todos os itens no quadro em papel colorido). E além disso, tinham muita coragem. O que vocês veem na frente? Mar, muito mar. Mar até perder de vista.  (simbolizado pelo TNT azul escuro). Vocês tem uma ideia de onde ficam as Índias...Vão para onde vocês acham que é.


Os alunos então deverão parar onde eles acham que estão as especiarias. A professora vai levantar o TNT azul e mostrar quem conseguiu chegar. Sobre o Brasil estará a data da chegada dos portugueses: 22 de abril de 1500.

Mas lembra do que falamos? A escola de sagres era formada por uma equipe muitíssimo competente! 

Será que uma esquadra de 13 navios, realmente se perdeu? Ou será que os portugueses já sabiam das existências dessas terras e vieram antes que outro país passasse a frente?
Em 1492 Cristóvão Colombo descobre a “América Central”. (apontar no mapa o local da América Central e posicionar um boneco com a data). Você pode colá-lo em cartolina e dobrar a base para ele ficar de pé.

A Espanha, que é do ladinho de Portugal, era a responsável por essa descoberta. E como a Espanha é do lado de Portugal, as notícias correm. 

Portugal ficou sabendo de terras do lado de cá e em 1498, mandou uma expedição secreta a mando do rei e liderada por Duarte Pacheco para ver se não tinham terras mais para o sul. (pôr um bonequinho sobre o mapa com a data de 1498). 

Ele viu que tinha terras sim, voltou para Portugal e o país finalmente mandou uma esquadra de navios para cá...Para não levantar rumores com a Espanha, Portugal fez um alvoroço que estava indo para as Índias,  quando, na verdade, queriam chegar em outro lugar. Ao verificarem  que as terras de fato existiam, os portugueses se apossaram delas. Depois dali, partiram para as Índias 20 dias depois, e chegaram bem certinho na terra das especiarias. Mas por que agora não se perderam?
(Deixar os alunos falarem suas opiniões)
Para ficar ainda mais lúdico, você pode levar barquinhos para pôr sobre o mapa, as especiarias...Os alunos podem inclusive confeccionar parte desse material.
É uma aula que dá um certo trabalho, mas que tem sucesso (e aprendizagem) garantida. 
Ao final da atividade, é hora de perguntar aos alunos se é correto dizer que Cabral descobriu o Brasil....Será que o termo mais apropriado não seria: chegada dos portugueses no Brasil ao invés de descobrimento do Brasil?
Logo mais, a última aula do projeto.
Boa aula!  

sexta-feira, 25 de março de 2016

Projeto "Terra à vista, o descobrimento do Brasil". Aula 3 de 4

Disciplinas: Ciências, Matemática, Educação Física
Desde a minha 5ª série eu ouvia isso como um mantra: os portugueses queriam descobrir a rota para as Índias. Os espanhóis queriam chegar às ìndias. O mundo queria as Índias. E eu pensava: caramba? todo esse gasto de energia só para comer pimenta e orégano? Até que um dia (muitos e muitos anos depois) o segredo foi-me revelado...Finalmente entendi a imensa importância das tais especiarias. Não vamos fazer nossos alunos esperarem tanto tempo. Vamos abrir o jogo logo. Então, vamos à aula.
A professora vai mostrar aos alunos dois potes de comida iguais. Porém, um estará azedo e o outro não. Deixar os alunos cheirarem (dependendo da idade, esse pode ser um momento perigoso sob o risco de voltar o iogurte ou o todynho do lanche). O professor vai instigá-los: o que aconteceu ali? Deixá-los trazer suas impressões. Guiá-los ao raciocínio da geladeira. Sem ela, teríamos que cozinhar a todo momento pois guardar comida seria impossível. 
Questionar com a turma o porquê de na geladeira a comida durar mais? Se não souberem responder, perguntar a eles:
  • Quando que cheiramos pior? No verão ou no inverno? 
  • Por que no verão? Porque as bactérias gostam de calor. No calor elas ficam soltas, alegres, elas se espalham com facilidade....
  • E no frio? Bom, no frio elas já ficam mais paradas, mais encolhidas. Demoram para se espalhar.

Agora, vamos imaginar que temos um bife cru que queremos que dure mais mas NÃO TEMOS uma geladeira. O que poderíamos fazer? Deixar os alunos trazerem suas hipóteses e apresenta-los um bife feito em EVA vermelho. Encher então esse EVA de sal. 
As bactérias morrem de medo de sal. Porque além de calor, elas AMAM umidade. E o sal é altamente desidratador. Provar isso fazendo a seguinte experiência:
1. Fazer um furo (cerca de 1 cm) no centro de uma batata de modo que perfure até a metade do comprimento da batata;
3. Preencha toda a cavidade com sal;
4. Posicione a batata “recheada de sal” na boca do copo;
5. Após alguns instantes será possível observar que a batata perde líquido possibilitando sua entrada no copo.
O sal retirou líquido da batata, e portanto, se tem menos sal na batata as bactérias passam a achar a batata pouco convidativa.
Os alunos deverão fazer o registro dessa experiência no caderno.
Uma experiência bastante semelhante está bem ilustrada nesse vídeo abaixo. Dependendo da idade dos pequenos, essa experiência a seguir pode ser mais ilustrativa. E é muito simples de fazer.

(Também é possível dar aos alunos um saquinho de torresmo e vê-los saindo em caravana para ir no bebedouro (pois o sal desidratou as células deles). Porém, tendo em vista que torresmo com bolachinha recheada e todynho não são exemplos de comidas saudáveis, melhor abortar operação.)
Dizer então aos alunos que a carne (de EVA) ficou com um gosto muito estranho, ela ainda não estragou mas está quase chegando lá. O que fazer para tirar esse gosto ruim? (Deixá-los responderem)
 TEMPEROS! Mostrar então à turma, potinhos de temperos. 

Apresentar a eles o orégano, o pimenta do reino, canela, noz moscada, cravo, etc. Pedir para que cheirem as especiarias e, em seguida, entregar a cada aluno uma pequeninha porção de especiarias dentro de um saquinho para colar no caderno. Ao lado da especiaria eles deverão escrever o nome correto. O aluno será lembrado de que as especiarias eram também usadas como medicamentos, perfumes e incensos. A professora mostrará à turma então o incenso de cravo e o de canela.

Logo após essa atividade, a professora enfatizará de que as especiarias chegavam aos países pelas caravelas...Introduzirá então, exercícios de matemática que envolvem essa temática, como mostra abaixo:
 As embarcações que trouxeram os navegadores portugueses para o Brasil eram três caravelas (naves menores e ágeis, com até 50 toneladas) e dez naus (com até 250 toneladas e capacidade para 200 pessoas). Além do tamanho, a principal diferença era o formato das velas. As caravelas tinham 6 metros de comprimento cada uma. Com base nisso, responda:
 1)      Qual era o peso de todas as naus e caravelas juntas?
 2) Das 1500 pessoas na embarcação, apenas um terço delas retornou à Portugal, o restante todo morreu de doenças. Qual foi o total de marinheiros que retornaram?
  4) Se você reduzisse a caravela de 6 metros para 6 cm em uma folha de papel, quantas vezes você teria que reduzir? (Lembrando que 1 metro tem 100 centímetros)

A seguir, será explicado que a esquadra de navios sempre tinha um capitão, que comandava os outros navios. E embora cada navio tivesse o seu piloto, todos tinham que obedecer ao capitão, que no caso era o Cabral. Portanto, no período de educação física, os alunos vão escolher um capitão e brincar de "o mestre mandou". Porém, as ordens tem que ser relativas ao dia a dia dos marinheiros, como por exemplo, esfregar o chão, nadar, varrer, cozinhar, etc. 
Regras:
- Os alunos repetirão a ordem somente se o mestre disser primeiro “o mestre mandou”. As ordens que não começarem com essas palavras não devem ser obedecidas.
- Sai aquele que não cumprir as ordens ou cumpri-las sem a palavra de comando.
- O próximo mestre é aquele que conseguir fazer todos os movimentos e ficar até o final.
Boa aula!


quinta-feira, 17 de março de 2016

Projeto "Terra à vista, o descobrimento do Brasil". Aula 2 de 4

Disciplinas:

Matemática, ciências e Ed. Física.

Começando a segunda aula do projeto, descobrimento do Brasil.

A professora levará para a aula, uma moeda de R$ 1,00. Perguntará aos alunos se eles sabem do que se trata aquela moeda. A partir daí, iniciar a atividade que utilizará moedas antigas portuguesas e montagem de tangram. Para quem não conhece, tangram é um jogo chinês milenar, extremamente inteligente. Ele contém 7 peças geométricas onde é possível fazer qualquer figura utilizando esse conjunto.


 A montagem do tangram exigirá do aluno o raciocínio lógico e o reconhecimento das formas geométricas. Cada aluno receberá as 7 peças que compõem o tangram em papel cartolina. É só colar essa imagem abaixo no word e mandar imprimir. A seguir, passá-la para um papel cartão ou EVA. O que seu bolso achar mais sustentável.

Resultado de imagem para tangram

Vamos então à descrição da atividade:

Nossa moeda hoje é feita de níquel. Mas quando o Brasil foi descoberto, há mais de 500 anos, que moedas que se usava? Mostrar aos alunos uma moeda de 1 vintém e uma moeda de 5 vinténs.

Escrever no quadro o valor dessa moeda hoje (criado pelo professor). 1 vintém valeria 5 Reais. 5 vinténs, 50 Reais. As moedas estarão coladas em um papelão no formato redondo. Abaixo, as imagens das moedas.


A seguir, a professora mostrará aos alunos uma caixa que terá as moedas. Uma espécie de banco. Os alunos então terão de trabalhar para ganhar as moedas. O trabalho será eles montarem o que os portugueses usaram para chegar ao Brasil utilizando peças em tangram, ou seja, um barco. As peças serão entregues avulsas. A montagem correta exige a utilização de todas as 7 peças. Cada tangram montado valerá 60 vinténs. A imagem do barco montado está abaixo, e o professor pode auxiliá-los nesse processo.


Com o barco montado, o aluno irá colá-lo em uma folha de ofício, vai escolher o número de tripulantes que ele teria, caso viesse para o Brasil. Esse número deverá ser de 1 a 10. O aluno então irá negociar com a professora a compra de alimentos para iniciar a sua viagem. Os nomes de comida serão colados no quadro. Essas comidas listadas são as que eram trazidas dentro dos navios, portanto, aí já se faz a relação histórica com a matemática. 

Como o aluno já recebeu o seu dinheiro, poderá iniciar a compra. No quadro estará colado:

biscoito (muito utilizado em navios) preço 1 vintém.
Água 1 vintém 20 litros.
vinho (também, muito utilizado) (água) preço 2 vinténs.
carne salgada preço 2 vinténs o kg
cebola preço 1 vintém
vinagre preço 1 vintém
azeite preço 2 vinténs
conserva de azeitona preço 1 vintém
mel preço 2 vinténs
salame preço 2 vinténs
goiabada preço 1 vintém
Queijo 2 vinténs o kg.
arroz preço 1 vintém
lentilha preço 1 vintém

O aluno deverá fazer a escolha dos itens selecionados relacionando o tempo de viagem que foi de mais ou menos 1 mês. Nessa compra, o troco e a soma será calculada pelo aluno. Todos os registros serão feitos no caderno. O aluno será lembrado de que cada marinheiro deveria receber por dia 1,5 litro de água e mais 1,5 litro de vinho e no mínimo 15 kg de carne por mês.

A professora abordará então os problemas que aquela viagem acarretaria em termos de alimentação e hábitos de higiene. A partir daí, entrará Ciências de forma interdisciplinar com a matemática. Será entregue ao aluno uma folha xerocada com o título "A dura vida dos mares" falando dessa difícil vida dos marinheiros. É um texto agradável e cheio de curiosidades que os alunos vão gostar muito de saber.

                                             A DURA VIDA DOS MARES

Fome, sede e doença. Três palavras que acompanhavam todos os marujos. Dentre os obstáculos que precisaram ser vencidos para desbravar os mares, nenhum supera a dureza do cotidiano nas caravelas. Os tripulantes eram confinados a um ridículo espaço que impedia qualquer tipo de privacidade. Os hábitos de higiene eram precários. Proliferavam insetos parasitas: pulgas, percevejos e piolhos. O mau cheiro se acumulava, tornando-se insuportável em pouco tempo. Nos pavimentos inferiores, o ar e a luz eram extremamente escassos, fornecidos apenas por fendas entre as madeiras, que também deixavam passar água, tornando os porões abafados, quentes e úmidos. Nesse ambiente insalubre, apinhado de carga, os marinheiros ficavam amontoados em um único cômodo.
Devido ao aperto nos navios, o abastecimento e a alimentação constituíram um problema permanente. Os gêneros embarcados tinham sempre uma péssima qualidade. Estavam frequentemente deteriorados ainda no início da viagem e terminavam apodrecendo em pouco tempo.
O rol dos produtos oficialmente embarcados incluía carne vermelha defumada, peixe seco ou salgado, favas, lentilhas, cebolas, vinagre, banha, azeite, azeitonas, farinha de trigo, laranjas, biscoitos, açúcar, mel, uvas-passas, ameixas, conservas e queijos. Também eram transportados barris de vinho e água, embora, depois de algumas semanas, o vinho se transformasse em vinagre e a água, em um fétido criadouro de larvas.
Para garantir a presença de alimento fresco, iam a bordo alguns animais vivos, principalmente galinhas, e, por vezes, bois, porcos, carneiros e cabras, brindando os embarcados com muito esterco e urina, que contribuíam para agravar o quadro de doenças entre os humanos.
Em viagens longas, passado um mês, o que sobrava para comer era uma espécie de biscoito duro e seco, então já todo roído por ratos e baratas. Nestas condições, a ração era distribuída três vezes ao dia, praticamente nunca excedendo uma porção de biscoitos, meia medida de vinho e uma de água. A dieta pobre em vitaminas explica diversas doenças que se tornaram corriqueiras nos navios, com sintomas como disenteria, febre, fraqueza extrema e desnutrição. A principal era o escorbuto, chamado na época de “mal das gengivas” ou “mal de Luanda”, provocado pela falta de vitamina C. Causava inchaço das gengivas e perda dos dentes, dilatações e dores nas pernas, conduzindo a uma lenta, horrível e dolorosa morte.
A ausência de hábitos básicos de higiene piorava os estragos causados pelo alto grau de deterioração dos víveres. Não era costume, por exemplo, lavar as colheres, as gamelas e os pratos usados. Estes utensílios eram compartilhados, sendo de uso coletivo entre os tripulantes. Além disso, piolhos, pulgas e percevejos saltavam dos animais transportados e encontravam nas pessoas um farto terreno para proliferar. A água utilizada para beber e para cozinhar era guardada em grandes tonéis ou tanques, inapropriados. Assim, quase sempre a água estava infectada por bactérias, o que sempre provocou infecções e diarreias nos tripulantes. 
Além disso, eles precisavam conter sua repugnância diante dos companheiros de viagem, que arrotavam, vomitavam, soltavam ventos e escarravam perto dos que comiam sua escassa refeição. Não havia instalações sanitárias a bordo. Eles faziam as necessidades se debruçando no costado da nau, na borda do navio, voltados para o mar. Alguns caíam enquanto buscavam alívio e nunca mais eram vistos. Aqueles que podiam, valiam-se de bacias, cujo conteúdo fétido era depois despejado em qualquer canto.

Após o texto, o aluno deverá se posicionar sobre as informações onde será debatida a importância dos hábitos de higiene para uma vida saudável. Muitos marinheiros morriam na viagem, não por naufrágio ou ataque de piratas. Mas sim por ambiente insalubre.


A próxima atividade vai contemplar ainda a vida no navio. Como era que os marinheiros se divertiam diante de uma realidade tão difícil? A diversão é muito importante. Eles então jogavam cartas. Propiciar aos alunos um jogo coletivo de cartas que será o dorminhoco, contemplando a atenção como habilidade desenvolvida.

REGRAS DO DORMINHOCO

O jogo não utiliza todas as cartas do baralho e com isso pode-se formar vários grupos com apenas um baralho. Separa-se 3 cartas (trincas) de mesmo número (ou letra) por cada jogador. Ou seja, se forem 4 os jogadores por grupo, separa-se 4 trincas. Se forem 5, cinco trincas, e assim por diante. Deve-se separar também um coringa. As cartas serão embaralhadas e distribuídas entre os jogadores, sendo que um ficará com 4 cartas e iniciará o jogo. Este jogador escolhe uma de suas cartas e passa a mesma para o jogador a sua esquerda. O jogo prossegue sempre com um jogador passando uma carta para o jogador seguinte. Quem receber o coringa passado pelo jogador anterior deve ficar com ele por uma rodada antes de passá-lo adiante. Quando um jogador formar uma trinca, ou seja, ficar com três cartas iguais na mão, deve baixá-las discretamente com os valores para virados para baixo. Os demais jogadores devem fazer o mesmo. O último a baixar suas cartas será o “Dorminhoco”. O objetivo do jogo, portanto, não é necessariamente formar a trinca, mas não ser o último a baixar as suas carta.

Boa aula!